27.1.07

Pequena lista de não obrigatoriedades


Foto: Banksy

Pequena lista de não obrigatoriedades que podemos reivindicar, se quisermos:

01. Não temos de ter sentido
02. Não temos de ser úteis
03. Não temos de ser felizes
04. Não há provas de que seja possível acabar com os conflitos
05. Não temos de preservar a nós mesmos
06. Não temos de nos casar
07. Não temos de ser medíocres
08. Não temos de ser excepcionais
09. Não temos de provar nada a ninguém
10. Não temos de ir a lugar nenhum
11. Não temos de aturar exploração
12. Não temos de aceitar as coisas sem reclamar
13. Não temos de ser independentes
14. Não temos de ser livres
15. Não temos de ser humanos, se não é assim que nos vêem
16. Não temos de ter modos
17. Não temos que adivinhar coisa alguma
18. Não temos de ter certeza


Uma lista dos direitos e dos deveres seria muito mais complexa.
As discussões se perpetuarão por muitos anos, séculos, milênios.
Haja visto que os artigo 4, 9, 11, 12, 14, 15, etc são sempre válidos.
Além disso, reinvidico o 18º para postar isso, até porque, entre o sim e o não, existem muitas distâncias, diversas nuances.

23.1.07

To be continue ou Por onde váis criatividade?



Foto: LP

Eu que tanto gosto de chamar os amigos de "trolha" entre outros adjetivos sempre carinhosos.
Ah propósito: onde estará a criatividade, senão, se perdendo pelas rotas de minhas mudanças?
Mas ainda luto por ela. Se pretendo viver disso... (o salário deve ser calculado em leão/dia).

Preciso estudar. Frequentemente questionamentos idiomáticos me assomam.


Hiato manda um abraço!


trolha | s. f. | s. m.

do Lat. trulha

s. f.,
pá de pedreiro;
fam., pop.,
bofetada;
pop.,
briga;
pancadaria;
s. m.,
pedreiro ordinário ou servente de pedreiro;
deprec., pop.,
homem desprezível;
maltrapilho.


Porque esse blog andava um pouco sisudo a mais do que deveria.


siso | s. m.
1ª pess. sing. pres. ind. de sisar

do Lat. sensu, sentido

s. m.,
bom-senso;
circunspecção;
juízo;
prudência;
prov.,
rodela de cortiça que alarga o bojo da roça.


dente do -: o último dos queixais que nasce no

adulto;
loc. adv.,
de -: sensatamente.


Pois, como diz Adriana Calcanhotto, "Eu não gosto de bom senso, eu não gosto de bons modos. Não gosto".

Tomara que haja poesia o bastante para viver. Lirismo que alimente!

11.1.07

Como desmontar uma receita de anúncio

Receita para desmontar receitas.

Crepes de Morangos com Cobertura de Chocolate
11/01/2007 14:3e8

Ingredi, Entes queridos!:

Márssia:
# 1 pot-inho iogurte Pop Vherm (250ml)
# ½ xícara (Xá) de-leite
# 2 alvos
# 1 colher (s-opa!) manteeeeigaaaaaa
# ½ xícara (cháu) bramido de milho
# ½ xícara (cháto) farinha de entrigo
# 3 colhe rés (sou par) açúcar

Rei Cheio, Vsa. Excelência Majestosa:
# 1 Pol Potinho iogurte Pop Vherm (250ml)
# 1 caixi, nhá morangos sal-picados
# 1 col herr (só pá) amigos de milho
# 3 co lheres (s-opa!) àçocar(e trair: é só começar)

Cobertura, botão C, 38º andar:

# 200entos g chocolate meio amargo, meio doce, meio picado
# 1 caixinha creme-de-la-creme deleite (200ml)

Modo de reparo:
Para a massa batato dos ingredientes no liqui de ficador. Deixe amassa des, cansar por 10 minutos, frite-na, frigideira leve, mente untada com manteiga e re. Serve. Para o re-cheio, bata Também, no liquidificador o iogurte pot merth, meta de dois morangos, o amie, dó e o açúcar. Transesfirra para uma pá nela e misture até en cor par(ímpar?). Então coloque o restante, dois morangos, e reserve para namorar. Para a cobertura: colo. Que em uma vasilha o Choco, late! E o cr-M de leite. Der... reta no mic. Ro-ondas ou em banho-Marisa. Misturve e reseure. Monte seus preces(para banho-Ave Maria).

Coloque uma colher de ré, cheio, no centro da massa, dobre em formato de mo-leque e cubra com o choco. Late ainda quente. Sir. Vá com bolas de sorver-te de ioturge Hop Serm(ão).



Bom apê-tite! Subdivirta-se!

6.1.07

Estar nu ou não estar nu?

Após longo hiato na escrita e algumas tentativas infelizes, decidi retomar as palavras, as frases, aos pensamentos aqui.

Um chamado foi a conversa que tive anteontem, com uma amiga, sobre estar nu e a sensação que nos provoca. Ela me disse que dormia nua. Lhe confessei que isso me causava incômodo - não que dispensar as roupas não ofereça uma sensação de liberdade e por um lado até excite vaidade, intimidade -, acontece que a roupa que nos veste todos os dias e a qual nos habituamos, serve a mim como um casco, não só uma proteção, de forma que chego a sentí-la como uma espécie de esqueleto exteno. Sem ela, pior do que exposto, sinto como se fora desintegrar-me.

É uma concepção que eu desconhecia. Interessante, creio, até certo ponto estranha e que se mostra um pouco feia, afinal dependemos tanto socialmente e psciologicamente desses pedaços de pano que nos cobrem os pudores. É uma conclusão bem óbvia, tendo em vista o código de bom convívio que a sociedade ocidental vem perpetuando.

O corpo coberto é a pertubação e anti-praticidade da convenção, no entanto, é também o preço que se paga pelo antigo jogo do mostra-esconde. Se não houvesse a vestimenta, não haveria a excitação com nu, a curiosidade, em suma, não existira o que ser mostrado.

Ainda na defesa, pode-se colocar o acréscimo à estética do ser humano que a indumentária embute. À partir da roupa, do estilo, do visual, as pessoas se expressam. É importante ressaltar que, ao falar de indumentária, não se considera apenas tecidos coloridos cortados e costurados, contudo, também os acessórios: piercings, brincos, tatuagens, mutilações e pinturas e uma infinidades de signos e adornos que o homem cria. Podemos dizer de onde elas vêm, de quê gostam, enfim, traçar um perfil superficial. Isso, porque é cada vez mais impreciso a capacidade de informação que a indumentária e os acessórios periféricos podem nos fornecer devido a massificação, a transnacionalização da produção, a globalização e seu mix-shake, no melhor estilo capitalista de se apropriar, distorcer significados, resignificar, reinventar, criar novas utilidades, até novos estigmas e preconceitos. A roupa de preço elevado enxerga um público sedento pela exclusividade, a ostentação é uma forma de destaque, demonstração de poder, imposição da superioridade. São os V.I.P's(para mim, Very Idiot People ¬¬).

Faca de dois gumes.

As zonas de nudismos foram uma solução interessante para se extravazar esse desejo de despir-se. Despir-se, não tirando a roupa, mas invertendo a lógica, não pondo-a. Estar como se nasce e assim conviver. As pequenas e despretensiosas idéias que demonstram a engenhosidade de uma sociedade que se reiventa, engloba, para não destruir-se, e nisso se complexifica.

O homem já experimentou tempos de nudez natural. Inclusive em nossas territórios tropicais e, por transgressões, imposições violentas, imperativos diversos ou qualquer outra causa que a história conhece bem, as transformações chegaram a nosso tempo assim. O sexo já teve maior liberdade, tanto no que diz respeito ao número de parceiros, quanto a sua forma de prática. Anéis e brincos já foram exclusivos para homens. A moda, se assim pudermos chamar, é uma página vasta e um plano de visão da história humana sempre interessante.

Analisada mais especificamente, por suas sucessões e processos de transformação ou como auxiliar na compreensão de contextos, na construção de anacronismos, representações, no entendimento da psiqué, da personalidade, do temperamento, na geografia e estudo dos
motivos humanos, todas as paixões que nos movem.

Bem, mas tudo isso começou porque minha amiga dorme nua e eu não gosto de fazer o mesmo. :)