27.10.07

fragmentos II




A janela tremeu, o inverno disse. Não de frio, que isso é de homens, mas de tristeza. Ameaçou chover, ventou. Suposta mudança: e tudo ficou para depois. As roupas saíram do varal, os cães foram para os canis, o que secava na sacada se recolheu, esperando para evaporar. Tomou-se ordem de aguardo do estio antes mesmo do início da tempestade, porque nessa vida pede-se que os homens se antecipem as tragédias, ainda que ninguém avise com precisão quando vai morrer.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não é que o horizonte parece um rastro?